Quem é Obá
Obá é a yabá (orixá feminina) africana que representa as águas revoltas dos rios, as pororocas, as águas fortes e as quedas. Ela também é a senhora dos redemoinhos, representando uma forma do poder dos ventos.
Obá está sempre acompanhada de Nanã e, juntas, têm o controle sobre as enchentes e o barro. Além disso, é reconhecida por atuar na busca pelo equilíbrio e defender a justiça. Tem o poder da transformação dos alimentos crus em cozidos.
A força física por qual Orixá Obá é conhecida representa o poder feminino na luta. Por isso, também representa o aspecto do sagrado masculino das mulheres (fisicamente). Obá é orixá guerreira e caçadora.
História De Obá
Orixá Obá é filha de Iemanjá: a rainha do mar e Orixá Oxalá: o criador.
Obá era uma mulher cheia de vigor e coragem, ela não temia ninguém no mundo. Seu maior prazer era lutar. Por sua força física, Obá tornou-se uma guerreira. A única mulher capaz de desafiar Ogum para uma luta.
Seu vigor era tal, que escolheu a luta como profissão e venceu todas disputas com outros Orixás!
Ela derrubou Obatalá, tirou Oxóssi de combate, deixou Orunmilá no chão, Oxumaré não resistiu à sua força, desafiou Obaluaê e botou Exú pra correr. Chegou a vez de Orixá Ogum: o deus guerreiro!
Ogum consultou o Ifá (oráculo africano) antes da luta. Os adivinhos lhe disseram para fazer uma oferenda com milho e quiabos, pisados em um pilão até obter uma pasta viscosa e escorregadia. Esta substância deveria ser derramada no local da luta.
Obá era forte e destemida e Ogum seguiu fielmente as instruções para usar esse truque contra ela.
A luta começou com Obá dominando. Então, Ogum recuou em direção à oferenda. Obá pisou na pasta e escorregou. Ogum a derrubou, libertou-se do pano que vestia e a possuiu. Depois da derrota, ela casou-se com Ogum.
Mais tarde, Obá se tornou esposa de Xangô também era casado com: Iansã – Oyá (bela e guerreira) e Oxum deusa do amor (sábia e vaidosa).
Obá e Oxum
Uma rivalidade se estabelecia entre Obá e Oxum, pelo amor de Xangô.
Obá sempre procurava roubar o segredo das receitas que Oxum preparava para Xangô. Oxum ficou irritada e decidiu preparar uma armadilha: convidou Obá para assistir à preparação de um prato que, segundo ela, agradava infinitamente a Xangô.
Quando Obá chegou na cozinha, encontrou Oxum com um lenço amarrado à cabeça, escondendo as orelhas.
Ela preparava uma sopa para Xangô, onde dois cogumelos flutuavam na superfície do caldo. Mas Oxum convenceu Obá que se tratava de suas orelhas.
Quando Xangô chegou, tomou a sopa galante e apressado.
Obá quis repetir a receita, cortando sua orelha, e Xangô achou repugnante. Oxum retirou o lenço, mostrando que suas orelhas estavam intactas.
Furiosa, Obá travou uma luta com Oxum. Mas Xangô, enraivecido, trovejou sua fúria!
Oxum e Obá, apavoradas, fugiram e transformaram-se em rios. Até hoje, as águas destes rios são tumultuadas e agitadas no lugar de sua confluência, em lembrança da briga que opôs Oxum e Obá pelo amor de Xangô.
O culto de Obá culto é originário de Elẹ́kò (atual cidade de Lagos, Nigéria), onde o rio possui seu nome. Quando encontra seu afluente, o rio Ọ̀ṣun, provocam inundações nas regiões vizinhas, que são apaziguadas com Ẹbọ (oferendas) para Obá e Oxum.